quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

“JULGAMENTO” DE LULA É SIMULACRO PARA TIRÁ-LO DA ELEIÇÃO


segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Pesquisa: Flávio Dino tem vantagem superior a 30 pontos sobre Roseana


 DE 2017


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Reprodução da Internet
 Governador maranhense é aprovado pela maioria dos maranhenses e a preferência na disputa de 2018
O governador maranhense chega ao final de seu terceiro ano à frente da administração com aprovação crescente e sendo o preferido da população para governar mais quatro anos. Segundo a nova pesquisa realizada pelo Instituto Exata,  em parceria com o Jornal Pequeno, Flávio Dino venceria a eleição em primeiro turno com 63% dos votos. A ex-governadora Roseana Sarney mantém-se em segundo lugar, mais de 30 pontos atrás, com 29%.

Em terceiro lugar, aparecem empatados com 4% o senador Roberto Rocha e a ex-prefeita de Lago da Pedra, Maura Jorge. Em relação à pesquisa realizada em outubro, Flávio Dino subiu três pontos e Roseana Sarney, um. Já o senador Roberto Rocha caiu três pontos e a ex-prefeita, um.

Aprovação

Realizada na semana após nova fase da Operação Sermão aos Peixes, a pesquisa aponta que a aprovação do governo teve variação positiva no período, em relação à pesquisa anterior. A pesquisa apurou que 62% dos maranhenses aprovam a gestão de Flávio Dino contra 35% que a desaprovam, e 3% não sabem responder. Em outubro, eram 61% de aprovação, e em abril, a aprovação havia ficado em 60%.

Promessa cumprida

No Twitter, Flávio Dino comentou sua vantagem sobre a "candidatura que representa o passado" e registrou "o intenso e sério trabalho com sólida aprovação popular" e agradeceu "a confiança e a partilha de esperanças". Dino agradeceu ainda à sua equipe de governo. O governador afirmou ainda que está  "cumprindo fielmente o nosso programa de governo aprovado em 2014. Fazemos um governo sério. Aplicamos dinheiro público com foco na ampliação de direitos e serviços públicos, especialmente para os mais pobres". Com certeza, tanto a aprovação de seu governo como a preferência dos maranhenses por Flávio Dino para a disputa de 2018 refletem a gratidão popular ao trabalho que vem sendo realizado nos últimos três anos.

Corrida presidencial


No cenário para Presidência da República, 65% dos maranhenses votariam outra vez em Luiz Inácio Lula da Silva. Outros 14% no candidato Jair Bolsonaro, 6% em Marina Silva, 4% em Ciro Gomes e os tucanos Geraldo Alckmin e João Dória aparecem empados com 2% cada.

A pesquisa foi realizada entre os dias 27 de novembro e 1º de dezembro, ouvindo 1.415 eleitores em todas as regiões do estado. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais.


 Do Portal Vermelho, com informações do Jornal Pequeno

domingo, 3 de dezembro de 2017

MANUELA CHEGA A ATÉ 3% NO DATAFOLHA

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Bolsonaro é filho do casamento entre Lava Jato e Globo

 “Tudo aquilo que se apresenta como novidade é uma simples máscara velha de um jogo antigo”.

Bolsonaro é filho do casamento entre Lava Jato e Globo

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Jessé Souza


  
Lançamento de livro, palestra e curso sobre a formação da sociedade brasileira. Em pouco mais de 24 horas, o sociólogo Jessé Souza fez da chamada “República de Curitiba” um espaço de debates sobre o Poder Judiciário e a operação Lava Jato.

A passagem do intelectual potiguar pela capital paranaense, na semana passada, foi simbólica. Não só porque Curitiba é a cidade-sede da Lava Jato, mas porque a palestra aconteceu no campus Santos Andrade da Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde o juiz Sérgio Moro trabalha há dez anos como professor de Direito.

O curso foi ministrado na Universidade Positivo (UP), também no entorno da praça Santos Andrade, em parceria com Luiz Rocha, presidente da comissão de direito do consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná (OAB/PR).

Jessé Souza é mestre e doutor em Sociologia, pela Universidade de Brasília (UnB) e pela Universidade de Heidelberg, na Alemanha, e presidiu o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) entre 2015 e 2016. Com pós-doutorado em Psicanálise e Filosofia pela Nova Escola de Pesquisa Social, nos Estados Unidos, ele tornou-se livre docente na Universidade de Flensburg, também na Alemanha, em 2006.

A reportagem do Brasil de Fato Paraná acompanhou o bate-papo que sucedeu o lançamento da obra A elite do atraso: da escravidão à Lava Jato [Leya, 2017], no último dia 23, e apresenta uma síntese das teses defendidas pelo autor nos quatro capítulos do livro.

Histórico


A revolução de 1930, comandada por Getúlio Vargas, é considerada um divisor de águas na história brasileira, porque coloca o Estado pela primeira vez na posição de protagonista do desenvolvimento do país.

Os anos seguintes foram marcados pela ampliação dos incentivos governamentais à pesquisa e à industrialização, por políticas públicas que permitiriam a geração de empregos e pela assinatura do Decreto-Lei nº 5.452, conhecido como a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).

A elite paulistana, derrotada em 1930, jamais engoliu que Vargas fosse o presidente, e passou a disseminar no Brasil ideias antigetulistas e anti-estatais. Logo, a classe média urbana comprou esse discurso, motivada por uma preocupação em “se distinguir dos de baixo” – mentalidade que remete a uma tradição escravocrata.

Jessé Souza interpreta que não é apenas a renda mensal que define quem é “ralé” e quem é de classe média. Passam a ser importantes, para essa diferenciação, o consumo de certos bens culturais, que demonstrem “sensibilidade e bom gosto”, a valorização do trabalho intelectual sobre o trabalho manual e a crença na meritocracia e na moralidade.

“A suposta superioridade moral da classe média dá a sua clientela tudo aquilo que ela mais deseja: o sentimento de representarem o melhor da sociedade. (…) [A classe média] tem algo que ninguém tem, nem os ricos, que é a certeza de sua perfeição moral”, descreve o autor no penúltimo capítulo do livro. Nesse fragmento, aparecem algumas pistas para entender as condições de existência da Lava Jato no século XXI.


Temos uma sociedade desigual e mal informada, com pouquíssima reflexão sobre si mesma
Sob esse ponto de vista, a operação representa uma continuidade, e não um rompimento na história das elites. Jessé Souza afirma que a escravidão – que não foi herdada de Portugal – engloba todas as instituições da sociedade brasileira, e baseia “desde o ano zero” as concepções de economia, política e justiça que hoje são defendidas pela classe média.

Patrimonialismo

A ampliação dos direitos trabalhistas e a inclusão dos mais pobres na esfera do consumo são encaradas como ameaça no Brasil moderno. Como antídoto ao “intervencionismo estatal”, as classes dominantes apostam no mercado – em oposição ao Estado – como caminho para o crescimento econômico e para uma pretensa moralização do país.

No senso comum, o Estado brasileiro passa a ser visto como patrimonialista, ou seja, incapaz de distinguir os limites entre o público e o privado, porque reproduz o “mito da brasilidade” – que convém aos donos dos bancos e das grandes empresas.

Segundo esse mito, a corrupção e o “jeitinho brasileiro” aparecem em todas as esferas do Estado, desde os pequenos funcionários públicos até os políticos do alto escalão. A sonegação de impostos, a formação de carteis e a superexploração do trabalho, praticadas pelas grandes empresas, são deixadas de lado no debate sobre a corrupção.

Populismo

A mesma palavra que as classes dominantes usaram para demonizar as políticas de interesse dos mais pobres, a partir dos governos de Getúlio Vargas, voltou a ser reproduzida quando Lula (PT) assumiu a Presidência da República, em 2003: populismo.

Vendeu-se, então, a ideia de que a “ralé brasileira”, por não ter instrução, acaba enganada e corrompida por políticos carismáticos – enquanto a classe média é vista como consciente e imune a qualquer forma de manipulação.

Para Jessé Souza, essa aplicação do termo populismo é preconceituosa e equivocada. Afinal, a própria classe média, em capítulos-chave da história política brasileira, posicionou-se contra seus próprios interesses, estimulada pela Rede Globo e pelos demais meios de comunicação empresariais, que representam o capital financeiro.

O exemplo mais recente, segundo o autor, foram as manifestações que pediam o impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), sob o pretexto de “combater à corrupção”. Em poucos meses, a mesma classe que comemorou o golpe silenciou diante de uma série de escândalos no governo Michel Temer (PMDB).

“Nós temos uma sociedade desigual, mal informada, com pouquíssima reflexão sobre si mesma, e que é sempre presa das mesmas armadilhas”, declarou o intelectual potiguar durante a palestra, ao analisar as motivações do golpe de 2016.

Síntese

O uso mal-intencionado do termo populismo, somado à ideia de que o Estado – e nunca o mercado – é um antro de corrupção, abriu espaço para que a os pobres fossem vistos como desprezíveis, senão responsáveis pela própria miséria. Jessé Souza sugere, então, que o avanço da Lava Jato foi legitimado por uma elite colonizada, que conseguiu apoio da classe média para enfrentar os avanços de todo e qualquer governo que se proponha a reduzir privilégios: “A Lava Jato criminalizou a bandeira da igualdade social”.

O adjetivo “colonizada”, nesse caso, diz respeito à entrega do petróleo da camada pré-sal ao capital financeiro internacional – um ataque à soberania nacional estimulado, em grande medida, pelas denúncias de corrupção no âmbito da Petrobras. “A Lava Jato expressa o que há de pior na elite brasileira, e isso está começando a ficar óbvio. Daqui a cinco ou dez anos, ela vai ser conhecida como a maior vergonha nacional”, antecipa o sociólogo.

Perspectivas


Não existe, segundo Jessé Souza, nenhuma possibilidade de surgir um movimento transformação social, que favoreça a maioria da população, a partir do ideal de combate à corrupção propagado pela Lava Jato: “Tudo aquilo que se apresenta como novidade é uma simples máscara velha de um jogo antigo”.

O mesmo vale para as eleições do ano que vem. O sociólogo interpreta que o Poder Judiciário e a mídia convenceram a classe média da necessidade de fazer uma “limpeza social”, o que banalizou os discursos de violência e segregação.

Os políticos que ganharam projeção nos últimos quatro anos, e que pretendem disputar a Presidência em 2018, refletem essa tendência: “Bolsonaro é filho legítimo do casamento entre a Lava Jato e a Rede Globo”, afirmou Jessé Souza, ao ser questionado por um dos espectadores sobre as alternativas eleitorais.


 Fonte: Brasil de Fato

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Vídeo: Jandira Feghali fala sobre a importância da revolução russa na história da luta anti imperialista



Jandira Feghali fala sobre a importância da revolução russa na história da luta anti imperialista



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Carlos Maia
Secretario de Agitação e Propaganda
do Partido Comunista do Brasil/ Curitiba-Pr





terça-feira, 21 de novembro de 2017

Manuela D'Ávila diz que, se chegar à Presidência, vai propor revogação da reforma trabalhista


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Do Jornal (golpista) Estadão: No discurso, a deputada defendeu uma nova política de juros, câmbio e inflação voltadas para o desenvolvimento do País, e não dos interesses do rebatismo. Também pregou uma nova política industrial de substituição de importações, principalmente nos setores do petróleo, gás, químico e até do agronegócio. “Devemos pensar em um grande plano de obras públicas nas áreas de infraestrutura e morado”, acrescentou.

http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,manuela-davila-diz-que-se-chegar-a-presidencia-vai-propor-revogacao-da-reforma-trabalhista,70002088558
LULA
A deputada estadual rechaçou ser candidata a vice-presidente em uma eventual chapa encabeçada pelo ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2018. Segundo ela, ninguém lança candidatura a presidente da República para ser vice.
“Ninguém se lança candidato ou o partido não lança candidato à Presidência para ser vice. Lançamos candidatura para eu ser candidata a presidente da República”, declarou Manuela.
Manuela disse que sua candidatura foi lançada partindo do pressuposto que Lula será candidato em 2018, mesmo após o petista ter sido condenado pelo juiz Sério Moro no âmbito da Operação Lava Jato. “Essa é a terceira vez que o PC do B lança uma pré-candidatura. Então, a prova de que nossas candidaturas são colocadas a partir dos problemas do Brasil”.
A parlamentar disse que sua candidatura busca discutir soluções para o País sair da crise. Ela ressaltou que, quando dirigentes do partido falam em uma frente ampla para as eleições, estão querendo propor apenas em debate sobre essas soluções e não só com partidos de esquerda, mas de “todos os setores da sociedade”.
Evitando citar pré-candidatos de outras legendas, Manuela criticou “profetas do ódio” que se apresentam como candidatos. “As pessoas vão querer propostas e não teclas agravam a crise”, disse. Para ela, quando os debates eleitorais começarem a acontecer, a tendência é de “derretimento” dessas candidaturas.
Em discurso antes de Manuela, a presidente nacional do PC do B, deputada federal Luciana Santos (PE), defendeu a candidatura própria do partido em 2018, mas fez questão de fazer afagos ao PT. Ao mesmo tempo em que disse que sua legenda “entrou para valer” nas eleições do próximo ano, Luciana defendeu a possibilidade de Lula ser candidato ao Palácio do Planalto. Para a dirigente, a exclusão do petista da disputa do próximo ano “seria a consolidação do golpe”.
“Lula será amigo do PC do B, assim como também Ciro”, declarou Luciana, em referência ao ex-ministro da Fazenda e da Integração Nacional Ciro Gomes (CE), que já se lançou como pré-candidato pelo PDT a presidente da República no próximo ano. Ciro é esperado em ato político que acontecerá neste sábado durante o Congresso dos comunistas. “O PC do B não será obstáculo para a unidade”, acrescentou Luciana.
Em seu discurso, a dirigente fez críticas à gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, da qual o PC do B participou. Na avaliação de Luciana, o governo Dilma errou ao “subestimar” a questão nacional e ao não fazer as reformas necessárias para alterar a superestrutura do Estado brasileiro, entre elas, citou: a reforma política, dos meios de comunicação e tributária. “Ousamos pouco na política cambial”, acrescentou, ressaltando que esse erro prejudicou a indústria nacional.
A presidente do PC do B defendeu que o partido não deve se guiar pelo “saudosismo” nem pelo “autoflagelo” em relação aos erros cometidos pelos governos do PT. “Devemos beber na fonte desse legado”, disse. “O PC do B buscará protagonismo nesta disputa”, acrescentou a dirigente. Para ela, a sigla deve aproveitar a pré-candidatura de Manuela para aumentar as filiações ao partido.

Carlos Maia
Secretario de Agitação e Propaganda
do Partido Comunista do Brasil/ Curitiba-Pr



China comunista suposta não comunista




Apesar do que diga o império ocidental sobre a democracia na China, o "comunismo"está funcionando muito bem na sociedade chinesa. O artigo discute como os avanços socioeconômicos e geopolíticos da China desde 1949 podem ser atribuídos à exclusiva versão chinesa de democracia.
JEFF J. BROWN
PUBLICADO EM 16.10.2017
dO SITE http://www.grabois.org.br/portal/artigos/153919/2017-10-16/china-comunista-suposta-nao-comunista

Em meados da década dos 1930s, a China estava dividida por quatro forças que competiam entre elas. Uma, o Exército Vermelho comunista, comandado por Mao Zedong. Outra, os fascistas japoneses e seu Exército Imperial. Uma terceira, os Nacionalistas Guomindang, abreviadamente “KMT” (ing.), e comandados por Chiang Kai-Shek. A quarta força eram todos os colonialistas – imperialistas, claro, que se autopromoviam com o rótulo pretensioso de “Grandes Potências”.
As coisas não estavam saindo conforme os planos do império ocidental. Apoiavam custasse o que custasse Chiang Kai-Shek (que adorava ser chamado de “Generalíssimo”), que queriam ver como líder da China pós-guerra. O plano deles era instalar Chiang como fantoche-chefe na China pós-guerra, à moda do ditador de Cuba, Fulgencio Batista, sob a conhecida falsa bandeira de “democracia ocidental”. Mas a causa ia-se mostrando cada dia mais sem esperanças. 
O Generalíssimo comandava suas forças mais ou menos como o gen. George Mclland de Abraham Lincoln, praticamente sempre escondido nas barracas, retirando-se quando o inimigo aparecesse. Quando Chiang lutava, era para tentar destruir Mao e o Exército Vermelho, em vez de tratar de livrar a China dos muito desprezados fascistas japoneses. Lincoln, a certa altura, substituiu McClellan pelo general Ambrose Burnside. Os colonialistas ocidentais não viam alternativa a Chiang, porque Mao era Inimigo Público n. 1, como o mais temido “vermelho”.
Mas as notícias que chegavam das fortalezas dos chineses comunistas começavam a ser graves demais para ignorar. Durante meses, Zhou Enlai, premier e operador-chefe de bonecos na política exterior do Partido Comunista da China pós-libertação, garantira aos norte-americanos que o Exército Vermelho combateria sob comando dele, o Generalíssimo, aliado do KMT, para derrotar os japoneses. O Generalíssimo negava-se firmemente a cooperar com qualquer comunista, por mais que essa cooperação fosse a decisão correta na defesa dos melhores interesses dos chineses. Além disso, os Vermelhos estavam derrotando, em guerra, tanto os japoneses como a gangue de Chiang, e não paravam de chegar relatos de que cidadãos felizes, saudáveis, produtivos e motivados e comunistas surgiam de todos os lados como avalanche. Isso, comparado aos soldados promovidos pela gangue da imprensa do KMT – que morriam de fome e frio, sem sapatos, doentes e esquecidos nos campos, por obra de seus próprios generais e oficiais corruptos.
Incapazes de dar conta da própria ideologia cega e surda, FDR, Washington e a imprensa popular simplesmente não conseguiam dizer “comunistas”. Assim, Mao & Co. passaram a ser chamados de “supostos comunistas”.
O presidente Franklin D. Roosevelt & Co. finalmente cedeu em 1937, e um pequeno contingente de funcionários e jornalistas foram mandados à China para ver com os próprios olhos. Entre eles, Edgar Snow, cujo livro Red Star over China tornou-se bestseller internacional naquele ano. Para choque profundo dos norte-americanos, era tudo verdade. Em todos os pontos onde os comunistas assumiram o controle, os males estavam sendo erradicados, dependência química de ópio, jogatina, crime organizado, prostituição, pés amarrados, escravidão infantil, mendicância, miseráveis sem teto, analfabetismo e fome.[1] 
Soldados do Exército Vermelho e os cidadãos eram sorridentes, industriosos, positivos, bem alimentados e comprometidos com a causa da China. Claramente não era propaganda, tudo manifestamente real e comprovável. Daquele ponto em diante, os norte-americanos compreenderam em segredo que o Generalíssimo e seu KMT não tinham qualquer chance na disputa contra Mao e seus formidáveis Vermelhos. Mas, porque era furioso odiador de comunistas, Chiang foi o único cavalo que passou, e os colonialistas ocidentais tiveram de montar nele.
O ocidente foi apanhado num redemoinho filosófico, transitivo. Mao e os Vermelhos eram comunistas, comunismo é o mal, logo, tudo que Mao e os Vermelhos fizessem tinha de ser mau. A partir daí, foram colhidos numa massiva dissonância cognitiva: são comunistas, ok. Mas como é possível que as coisas deem certo por lá na China?! 
Incapazes de dar conta da própria ideologia cega e surda, FDR, Washington e a imprensa popular simplesmente não conseguiam dizer “comunistas”. E foi assim que Mao & Co. passaram a ser chamados de “supostos comunistas”. 
Joseph Stálin ajudou a modelar esse truque de prestidigitação linguística, ao explicar ao primeiro-ministro britânico da guerra e a Roosevelt que os chineses não passavam de “rabanetes”, vermelhos por fora, mas brancos por dentro – que não eram comunistas de verdade. 
Assim, o prego quadrado da realidade do Partido Comunista da China foi martelado no buraco redondo da negação ocidental obsessiva doentia. Uma coisa porém os imperialistas ocidentais logo compreenderam clara e corretamente. O Partido Comunista da China não só varreu o Japão e os imperialistas ocidentais para fora da Nova China como, além disso, despachou o KMT para Taiwan.
Esse mesmo tipo de ideologia anticomunista, rígida, ainda sobrevive, forte, no Ocidente, quando tenta compreender a evolução sociocultural do povo chinês e a gestão político-econômica de Baba [líder] Pequim sobre o país. 
Para a mídia de massas ocidental, políticos e agitadores ocidentais em geral, a China ainda é, até hoje "suposta comunista". Claro que, se as coisas dão certo, qualquer país se transforma em capitalista, ok? Pois é. Assim como FDR e toda sua geração foram cegados e embrutecidos pela propaganda, a Euroanglolândia e grande parte do resto do mundo ainda sobrevivem apesar de terem tido o cérebro decepado. Os fatos espancam o Ocidente por todos os lados. Mas o ocidente agarra-se aos próprios antolhos de fundamentalista.
Comecemos com a Constituição Nacional Popular Chinesa e Deng Xiaoping. Os anticomunistas adoram bajular Deng, como se fosse alguma espécie de guru de alguma cruzada capitalista. Mas foi Deng que presidiu a mais recente reforma da Constituição da China, em 1982. E a Constituição da China é poderosa rejeição, explícita, do capitalismo e de tudo que o Ocidente prega.
A Constituição da China usa orgulhosamente o termo “comunismo” ou “comunista” 15 vezes; “socialismo” e “socialista”, impressionantes 123 vezes. Termos dialéticos como “classe(s)”, “luta”, “massas”, “independência”, “trabalho”, “trabalhador/trabalhando”, “camponês”, “exploração”, “capitalismo”, “propriedade”, “proletariado”, “coletivo(a)”, “cooperar”, “privado”, “briga”, “luta”, “ditadura” (democrática), “poder” e “feudal” aparecem no total 265 vezes. “Marxismo-Leninismo e Pensamento de Mao Zedong” são citados 10 vezes; e “revolução”, 12 vezes.
O vocabulário relacionado a Governo Extensivo [Big government] e planejamento central, como “salvaguardar”, “proteger”, “liderar”, “reforma/reformar”, “rural”, “urbano(a)”, “produção”, “plano”, “economia”, “sistema”, “administração”, “regras”, “regulações”, “instituição”, “empresa”, “ciência”, “tecnologia”, “moderno(a)”, “organização”, “gerenciamento”, “progresso”, “agricultura”, “fazendas [de criação/agrícolas]”, “terra”, “indústria”, “recursos”, “educação”, “central” e “desenvolver/desenvolvimento” aparece no texto constitucional da China estonteantes 703 vezes.
A importância de o governo central prover orientação ao povo para o que hoje se conhece como Sonho Chinês, avalia-se pelas 292 vezes que as palavras "estado" e "governo" são usadas na Constituição da China.
Palavras de desafio, que visam a levantar o espírito nacional e a derrotar o Ocidente, como “hegemonia”, “imperialismo”, “colonialismo”, “combate”, “defesa/defender”, “exército”, “militares”, “segurança”, “agressão”, “briga”, “sabotagem” e “provocação” são manobradas como armas num total de 85 vezes.
A Constituição da China é poderoso mecanismo de rejeição do capitalismo e de tudo que o Ocidente prega.
Qualquer dúvida que haja sobre quem é o beneficiário da Constituição da China desaparece facilmente, se se constata que a palavra “público” é usada 143 vezes, e “povo”, impressionantes 392 vezes, e que se dane o elitismo ocidental.
O preâmbulo sintetiza os 5.000 anos de civilização chinesa e depois expõe o século que aquela civilização viveu humilhada, a começar pelo cartel da droga, do crime ocidental organizado, em 1840. Trecho inicial do preâmbulo brada com orgulho:
“Depois de fundar a República Popular, a China gradualmente completou sua transição de uma sociedade neodemocrática, para uma sociedade socialista. A transformação socialista da propriedade privada dos meios de produção foi completada, o sistema de exploração do homem pelo homem abolido, e foi estabelecido o sistema socialista. A ditadura democrática do povo liderada pela classe trabalhadora e baseada na aliança de operários e camponeses, que é em essência a ditadura do proletariado, foi consolidada e desenvolvida. O povo chinês e o Exército de Libertação do Povo Chinês derrotaram a agressão imperialista e hegemonista, sabotagem e provocações armadas, e assim salvaguardaram a independência e a segurança nacionais da China e reforçaram a defesa nacional.”
Adiante, o preâmbulo fecha com esse pontapé gigante de artes marciais no focinho coletivo do ocidente,
“A China opõe-se firmemente ao imperialismo, à hegemonia e ao colonialismo, trabalha para reforçar a unidade com o povo de outros países, apoia as nações oprimidas e os países em desenvolvimento em sua justa luta para alcançar e preservar a independência nacional e desenvolver as respectivas economias nacionais, e luta para proteger a paz mundial e promover a causa do progresso humano.”
Ainda não entenderam? Já leram o Estatuto do Partido Comunista da China? Juntos, esse Estatuto e a Constituição do Povo são a espinha dorsal, a pedra fundacional da governança e da sociedade chinesa, e da busca incessante, por Baba Pequim, para manter o Mandato Celestial.
Bolhas de propriedade privada? Que propriedade privada? A propriedade é privada, claro, mas não é propriedade como o Ocidente entende o termo. Tudo que o ocidente entende como bens imóveis [ing. real estate[2]] é 100% propriedade do povo da China. Não há um palmo quadrado de terra que seja propriedade privada na República Popular. Você pode pagar pelo uso, por até 70 anos, de um pedaço de terra e desenvolvê-lo, mas ninguém pode comprar a propriedade do chão propriamente dito.
Empresa privada? Está bombando, sem dúvida, mas está fortemente concentrada em empresas de pequeno e médio porte, que complementam e não competem de fato com os setores estatais da economia. O setor privado é especialmente os muitos milhões de empresas de casal, ou individuais que atapetam o território chinês.
Livre mercado? Não há na China sequer um, que fosse, banco privado. Todos os bancos são propriedade do povo. O maior banco do mundo, o Industrial and Commercial Bank of China (ICBC) é estatal, claro, bem como três outros bancos chineses dos Top Ten globais: #1 (ICBC), #5 China Construction Bank (CCB), #9 Bank of China (BOC) e #10 Agricultural Bank of China (ABC). O mesmo vale para todas as empresas de seguros, para as Bolsas de Valores e Metais Preciosos de Xangai e Xenzhen. E vale o mesmo também para todos os grandes veículos de informação e noticiário, especialmente TV, rádio e mídias impressas, embora todos já tenham ouvido que Pequim seria a nova “Hollywood do Oriente”, na maior parte, privada.
Os avanços socioeconômicos e geopolíticos que a China conseguiu, desde 1949, podem ser diretamente atribuídos ao sistema chinês anti-imperial e comunista de governar.
Desavergonhado capitalismo? Nem perto! Quase todos os grandes setores econômicos na China são dominados por Empresas de Propriedade Estatal, EPE [ing. State-Owned Enterprises, SOEs]. 
Tudo, de transporte aéreo comercial/aviônica até a indústria aeroespacial, da indústria química à indústria da construção, dos estaleiros à mineração, de energia nuclear à indústria do petróleo, de ferrovias ao aço e a instalações de telecomunicações, mais de 100 setores chaves tem importante participação do povo chinês, mediante a participação do Estado chinês. Muitas dessas empresas estão entre as maiores do mundo. Não apenas isso, mas, como os bancos acima listados, são empresas muito lucrativas e bem administradas, exatamente o contrário do que diz a incansável propaganda ocidental (Fortune).
Privatizações? Aí, é preciso olhar por trás da cortina de manchetes mentirosas. Baba Pequim limita a 30% a venda de ações das EPEs ao público. Mais que isso, há estrito controle para que ninguém tente controlar o que é oferecido no mercado. A propriedade das ações tem de ser pulverizada. Muitas dessas ações pertencem a cidadãos chineses (papéis A), algumas são oferecidas a estrangeiros (papéis B). E cada vez mais empresas chinesas, inclusive as EPEs fazem leilões públicos de ações em mercados de ações fora da China, de parte dos 30% das ações das EPEs que podem ser vendidas ao público.
Reformas? Não me façam rir! Baba Pequim jamais, em tempo algum, venderá as Empresas de Propriedade Estatal, que pertencem ao povo chinês. Pequim sabe que a harmonia social e a estabilidade econômica para os cidadãos depende da capacidade do Estado chinês para fazer a gestão macroeconômica e o planejamento de longo prazo (Plano Quinquenal) para o desenvolvimento do país, o que só é possível se o Estado preservar 100% da propriedade de todos os bens imóveis (o que o Marxismo ensina a fazer no capítulo controlar os meios de produção), e das indústrias e setores chaves. 
O PCC continuará a criar riqueza sob a rubrica Socialismo com Características Chinesas, tomando emprestados alguns truques dos capitalistas. Mas é fase de transição. Deng Xiaoping disse incontáveis vezes – e o ocidente insiste em fingir que não ouviu – que a meta é seguir a trilha da economia marxista até uma sociedade comunista próspera.
Mas não é justo, dirá você, o campo de jogo não é igual para todos. Paciência! Azar o dos capitalistas ocidentais. Os avanços socioeconômicos e geopolíticos que a China conseguiu, desde 1949, podem ser diretamente atribuídos ao sistema chinês anti-imperial e comunista de governar. Cada um pode ver o que quiser ver no Império do Meio, projetar os próprios sacrossantos (alguns diriam mitológicos) ideais ocidental sobre o comando em Pequim [Baba Pequim] e o povo chinês, mas nem assim alguém pode falar de “suposto comunismo”. É comunismo. Ponto. Parágrafo. Chhhhhh... Ouça atentamente, e você ouvirá o espírito de Deng Xiaoping sussurrando no seu ouvido.*****
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[1] Se tudo isso fosse mentira e propaganda – e não é –, ainda será menos mentira e propaganda que o asneirol que FSP publicou dia 21/8/2008, em coluna assinada por Pedro Del Picchia, como se fosse informação & jornalismo, intitulada "O Mandarim vermelho", com rápida referência (errada) a Snow e na sessão "Esportes" :-D)) [NTs].
[2] Real estate (ing.) [nos EUA] são os bens em terra e os prédios que haja nela, além dos recursos naturais da terra, incluindo flora e fauna não cultivadas, plantações e colheitas e animais domésticos e gado, e depósitos de água e minerais. Embora a mídia refira-se em geral ao "mercado de real estate", do ponto de vista da moradia, real estate pode ser agrupada em três amplas categorias baseadas no uso: residencial, comercial e industrial. Exemplos de real estate residencial incluem terra não cultivada, casas, condomínios, residências familiares; exemplos e real estate comercial são prédios de escritórios, armazéns, prédios de lojas de varejo; e exemplos de real estate industrial incluem fábricas, minas e fazendas (de Investopedia) [NTs] 
Fonte: All China Review
Tradução: Vila Vudu

Carlos Maia
Secretario de Agitação e Propaganda
do Partido Comunista do Brasil/ Curitiba-Pr